segunda-feira, 31 de março de 2014

An-gús-tia

Oh, Deus,
como o meu peito
oprimido está,
e reclama
que quer bem respirar.
Mas torna-se difícil,
pois bem mais fácil
é o suspiro
por ausência de amor,
de bem querença,
de ser alguém para alguém.
Sozinha estou,
acabrunhada,
embora rodeada
por semblantes diversos,
dispersos, apressados demais
pra me notar.
Só não sofro mais,
pois sei que 
o Senhor é comigo
em todos os momentos,
chegando mesmo a me carregar,
quando por demais fraquejo.
Sinto sua presença
ao lado da minha cama
antes de adormecer.
E, por vezes, sinto sua mão
sobre minha cabeça,
a abençoar-me.
Chego até mesmo
a ouvir seu sussurro
pedindo-me paciência,
entendimento e lucidez.
Mas, assim que acordo
eis a realidade de volta
ferindo me, oprimindo me,
fazendo meu peito doer.
E, então, nessa hora,
elevo meus olhos aos céus
e peço para ser
sua ovelha, mansa, submissa
pra ter aceitação
diante dos reveses deste mundo,
perverso, corrompido, cruel,
que o bicho homem
assim o fez ser.
Peço saúde para meus entes,
pra mim, pra que seja
merecedora desta trilha
por mais algum tempo
pra essa dura estrada,
poder acompanhar e 
ser útil a todos
irmãos meus em Cristo,
pois não os tenho
no sentido literal da palavra.
Toda essa dificuldade
é por ter sido
única no seio da família 
que Deus para mim escolheu.
Abranda, meu coração, senhor,
dai-me forças! Amém!

Um comentário:

  1. Você me pegou de uma forma inacreditável , mas está ótimo ,amei suas poesias

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